15 de janeiro de 2011

Bem, tem uma lembrança que sempre tive

Bem, tem uma lembrança que sempre tive
Meu pai acordava para ir trabalhar por volta das 05h30min e às vezes
Eu o ouvia e ia para porta, e ele já estava tirando o carro
Da garagem eu pensava meu pai não vai me beijar ou me abraçar

Bem, tem uma lembrança que sempre tive
Eu tinha uns cinco anos meu irmão estava sentado na beirada da cama
Ele chorava suas costas estava lanhada de cipó de coqueiro
Dos olhos tristes da revolta eu presenciei o medo e o ódio

Bem, tem uma lembrança que sempre tive
Eu descobri que a vida tinha fim, com a morte de uma borboleta
Minha irmã me contou que os homens também morriam
Meu coração surpreso assustou-se e um imenso vazio o dominou

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